Assombro sobre os livros

Hoje, neste belo 29 de outubro comemoramos o dia Nacional do Livro. Podemos nos lembrar da frase de Monteiro Lobato “Um país se faz com homens e livros”; Mas os presentes podem ser de “gregos para troianos”.

Temos um presente “do povo para o povo” que é nosso futuro presidente que já falou que é "contra a doutrinação marxista” e a favor da escola sem partido. E o medo é o sentimento que nos assombra. A preocupação em cada palavra dita, cada expressão em sala de aula. Muitos educadores estão temerosos; as Universidades públicas já estão sendo caladas aos poucos; e a prometida liberdade parece que já está sendo cerceada.

Futura deputada em Santa Catarina (pelo PSL) pede aos estudantes para filmar as manifestações dos supostos professores doutrinadores “inconformados e revoltados” para denunciar em nome de uma escola sem partido. “Cidadãos de bem” desfilam com armas em mãos e já começam a fazer vítimas (seja de bala perdida ou do medo instaurado). O “Partido Social Liberal” parece que tem a palavra social como enfeite em seu nome e prega a liberdade de não ter medo na rua; mas só se você for hétero, homem, branco e de preferência cristão. Tais paradoxos não parecem saudáveis.

Prega o poder de andar armado como se fosse algo bom. E que, no país que mais mata transexuais e transgênero, este ato seria uma grande vantagem de tais cidadãos de bem.

O poder dos livros é grande. O poder da interpretação deles é maior ainda. Um livro em particular é muito importante para todos nós, a Constituição Cidadã de 1988. Ela assegura (Art. 204 á 207) ao educador o direito a liberdade de cátedra, que se resume em sua liberdade de atuação em sala de aula. Portanto, qualquer lei que viole esse direito se torna inconstitucional e, não passível de promulgação pelo Presidente da República; é ai que talvez resida o problema...

Esperamos por uma democracia que leve a sério a Constituição Federal como um conjunto de leis a ser respeitado e não uma Fake News a ser transmitida.