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Um brinde a amizade


A amizade. Ah os amigos. Toda uma cumplicidade de anos que quando esquecida é responsável pelas pontadas desnorteadas do pulsar do coração, porém, já encontrada no abraço caloroso de um amigo acalenta e renova o sentido de viver.

Nós somos assim. Humanos, munidos de arrogância e soberba, cheios de defeitos e complexidades inexoráveis ao compreender científico, porém, através dos fatores sensoriais conseguimos definir, vivenciar e, até mesmo, definir este sentimento. É como se estivéssemos presos em uma redoma intransponível, composta de jaulas, longe da luz e do ar, mas que de repente, a tranca é desfeita e as grades removidas. A felicidade é tamanha, ao encontrar um amigo, que a sensação de realização é comparável ao do orgasmo. Não é exagero, tão pouco pleonasmo, é ciência.

Ao encontrarmos um amigo – àquele verdadeiro – o cérebro libera doses de endorfina, oxitocina, dopamina e serotonina; hormônios responsáveis pela sensação de felicidade, logo, o corpo compreende como uma fonte abundante de prazer e satisfação – comparadas às do orgasmo.

Mas e o que nos torna amigos de pessoas gananciosas, possessivas, arrogantes, individualistas, enfim, pessoas repletas de defeitos de fabricação? Pelos avessos destes defeitos, pelos fatores que nos completam, que nos ensinam e nos tornam mais próximos de nós mesmos. Uma espécie de complementação química, onde o cheiro, o toque, o papo e todos os sentidos sensoriais e extras sensoriais se completam. Assim cria-se elos que são alimentados diariamente, continuamente e ininterruptamente.

Agora você irá me questionar: Marcio, e quando esquecemos do rosto, do toque, do cheiro e de tudo o que nos lembra alguém, que por algum motivo nos afastamos ou não nos encontramos mais, deixamos de ser amigos?

Não! O verdadeiro sentido de estar ligado a alguém é a complementação – exatamente assim, é o puro interesse pessoal, a possessão, a mesquinharia do “eu” – então ao reencontrar aquela velha amizade, de anos passados, (aquela esquecida), acontece em nosso corpo e cérebro toda uma reação química onde emoções, lembranças e reações são liberadas, fazendo-nos bambear emocionalmente; é como se estivéssemos reencontrando um grande amor.

O reencontrar pessoas do passado – amigos – da infância ou adolescência nos faz compreender, muitas coisas do presente, muitas coisas sobre nós mesmo, sobre nossa formação – científica e social. Assim, mesmo que através de plataformas virtuais, o desencadear da endorfina, oxitocina, dopamina e serotonina faz com que nosso emocional trabalhe para compreender este reencontro.

Isto aconteceu comigo! Através do WhatsApp reencontrei amigos – velhos e bons – da época de escola, da época da ingenuidade, da inocência, do aprendizado e das traquinagens joviais. Assim, em uma bela manhã de chuva, com céu acinzentado, ventos frios e neblina constante, recebi a notificação de que havia sido adicionado ao grupo: Turma da Oitava 1994. POUTS. Abro o link e pronto. Toda aquela “shit” científica toma conta da minha racionalidade e velhos chavões voltam à tona. Apelidos ressurgem. Lembranças são resgatadas e toda uma sociedade refeita. Amigos, que apesar da distância, das lembranças falhas (pois somos humanos e esquecemos muitas coisas), fizeram eu reviver uma saudosista, um período transicional que não existe mais – sim, os jovens de hoje não são jovens, são trainee´s de adultos - assim foi, (na verdade está sendo), este reencontro; repleto de vidas afastadas que agora, constroem novas e sólidas pontes.

Então, seja por fatores científicos ou vivenciais, encontre um amigo e entregue-se a este complementar de vidas. Seja compreensivo. Tenha seus defeitos evidentes, pois ele – seu amigo – irá compreende-los e irá ajuda-lo a conviver harmoniosamente com eles (os defeitos), sem prejudicar ou interferir na vida de outrem. Saia do virtual. Abrace, cheire e conviva sensorialmente com outras pessoas. Perceba que o mundo é feito de texturas, cores, formas, raças e crenças – e serão estas diferenças que farão todos serem iguais.


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